Sentado
sobre a fria lápide daquele túmulo no cemitério, durante a fria noite
de outono, o Demônio, diante de mim, contou-me a seguinte história.
“Logo após existir o Céu e o Inferno, presenciei a vida do homem sob a
Terra, desde os tempos mais remotos e imemoriais, ele — o homem —,
buscou de várias maneiras, com feitiços e poções milagrosas, a dádiva da
Vida Eterna, que até hoje, nunca fora
alcançada por qualquer mortal. Dádiva que somente Deus e Eu — o próprio
Demônio — podemos conceder-lhe tal poder.” “Certa meia-noite, um homem
veio à mim, pediu-me com toda cordialidade que lhe desse o poder da Vida
Eterna. Em troca de tal, ele me daria sua alma. Certos segundos,
permaneci calado, espantado. Nenhum ser mortal, em toda minha longínqua
vida, me fez tal proposta. Quando a aceitei. O pacto estava feito, sua
alma em troca do imortal poder. Quando o homem me falou: - Como o
Demônio é idiota! Vou lhe enfrentar, e jamais morrerei. Serei o
verdadeiro Demônio, serei mais perverso e mal que você! Após tantas
injúrias, nada fiz. Pois minha vingança seria, lenta, eterna, e mais
perversa do que ele poderia imaginar” “Certo dia, quando este mesmo
homem passava pelas ruas da cidade moderna, fiz com que um caminhão o
atropelasse violentamente. O homem, estendido no asfalto quente, com as
costelas esmagadas, os braços quebrados, encharcado pelo sangue que lhe
jorrava pelas veias dilatadas e pelos brutais ferimentos, ainda se
mexia. Realmente ele tinha o poder da Vida Eterna. Ao se levantar
grotescamente do chão, já cercado por inúmeros, espantados e curiosos
mortais, o homem começou a caminhar sem rumo, sendo rejeitado por todos
que cruzavam-lhe o caminho. Sangue brotava de feridas abertas que lhe
predominavam a pele, apresentando a todos um aspecto extremamente
horrendo, sem poder sequer falar, apenas gemer em agonizante dor. Até
parecia ser coisa do Demônio, sussurravam baixo os mortais curiosos,
rejeitado por todos, coberto pelo próprio sangue, o homem sofria,
eternamente em profunda dor, mas sem morrer jamais..
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